Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Revolução Francesa
Por suas consequências e pela influência que
exerceu na evolução dos países mais adiantados da Europa, a Revolução Francesa
é considerada a mais importante no ciclo de revoluções burguesas da História e
a França foi o primeiro país a derrubar sua monarquia absolutista (Antigo
Regime). O povo francês não podia mais tolerar um regime em que eram tantos os privilégios
e os abusos. A monarquia absoluta representava um obstáculo à ascensão da
burguesia, classe mais rica e instruída da nação. Os camponeses ainda viviam
esmagados pelo sistema feudal imperante no campo. A nobreza e o alto clero
possuíam as melhores e mais extensa propriedade, enquanto o campesinato vergava
sob peso dos impostos reais, do dízimo eclesiástico e dos direitos senhoriais.
A sociedade Francesa
A sociedade francesa era composta por cerca de
25 milhões de pessoas e dividia-se em três Estados ou Ordens: o clero, a
nobreza e o terceiro estado composto pela burguesia, artesãos e camponeses.
• Primeiro
Estado-> Constituído pelo clero composto por cerca de 120.000 pessoas.
Tinham inúmeros privilégios, além de receberem o dízimo.
• Segundo
Estado-> Constituído pela nobreza, eram cerca de 350 mil pessoas. Existiam
os nobres que ficavam no palácio junto ao rei e a nobreza dos campos, composta pelos
senhores da terra.
•Terceiro
Estado-> Formando pelo restante da população, totalizando aproximadamente 25
milhões, dividia-se em alguns grupos: camponeses, burguesia, artesãos e as
camadas populares da sociedade.
O Absolutismo
O poder do rei não podia, pelo menos
teoricamente, sofrer limitações. A assembleia que representava a nação os estados
gerais compostos da nobreza, do clero e do chamado Terceiro Estado, isto é,
daqueles que não pertenciam às duas primeiras classes desde 1614 não era
convocada. Não havia liberdade religiosa, nem de imprensa. Com uma simples
ordem, o rei podia mandar efetuar prisões discriminatoriamente. A justiça ainda
adotava a tortura; o poder real apoiava-se na nobreza e no clero; O parlamento,
principal corte de justiça, frequentemente entrava em conflito com o soberano.
Assistindo-lhe o direito de criticar os editos reais, podia mesmo recusar-se a
reconhecê-los. Nessa disputa, o povo sempre se colocava ao lado do Parlamento.
Uma das instituições do regime monárquico que, por
sua impopularidade, contribuiu bastante para a queda do regime foi a Corte. Dos
seus numerosos componentes, cerca de 16.000 estavam a serviço do rei, enquanto
os demais eram cortesãos sem função definida. Outra grave falha do regime era a
falta de unidade administrativa. Os impostos variavam de província para
província, e cada uma destas mantinha suas instituições próprias e suas leis.
Funcionavam várias organizações judiciais: além dos tribunais reais, havia os
pertencentes aos senhores de terra, os das municipalidades e os da igreja.
A desorganização fiscal e os gastos supérfluos
se refletiam desastrosamente nas finanças. O orçamento era constantemente
deficitário, e os impostos cobrados arbitrariamente. O princípio da
desigualdade imperava também nos meios eclesiásticos, onde o alto clero, constituído
exclusivamente de nobres, possuía cerca de 6% das terras do país e reservava
para si a maior parte da receita da igreja. A nobreza gozava de numerosos privilégios,
não pagavam tributos, somente seus membros tinham acesso aos cargos da corte,
aos comandos militares e as dignidades eclesiásticas. Em suas propriedades,
conservavam ainda os direitos feudais: contribuições em gênero ou em trabalho,
pagamento pelo uso de moinhos, fornos, etc. Entregue, porém, a uma vida de
dissipação e impedida de exercer atividades consideradas menos dignas, essa
nobreza começava a entrar em decadência e corrupção. Sentindo-se ameaçada pela
burguesia, suscitou um movimento de reação, a fim de conservar seus privilégios.
Conseguiu excluir do alto clero, do parlamento e dos postos mais altos da
carreira militar aqueles cuja nobreza não fosse superior a quatro gerações.
Ascensão da Burguesia
Com o desenvolvimento do comércio, da indústria
e da finança, a burguesia prosperava. Era já considerável o movimento dos principais
portos franceses, que se enriqueciam com o comércio das Antilhas e com o tráfico
de escravos. A indústria também se desenvolvia. Os produtos franceses eram
famosos em toda a Europa. Notável era a igualmente o progresso das indústrias têxtil,
metalúrgica e de mineração. Embora o grosso da produção industrial ainda
dependesse do artesanato, já começavam a surgir as primeiras grandes fábricas
capitalistas, empregando máquinas modernas. Era natural, portanto que a
burguesia não se conformasse em ser relegada a uma posição secundária na vida política
do país. Ademais, a má administração das finanças públicas afetava diretamente
seus interesses. A burguesia esperava por uma mudança de regime que lhe
permitisse participar da administração, a burguesia era assim a principal
interessada na revolução.
A classe operária crescia com o progresso
industrial, e já começava a reivindicar maiores salários e melhores condições
de trabalho. Mas ainda não era suficientemente numerosa, nem dispunha de
organização para aspirar a direção do movimento revolucionário.
Mais grave era ainda o problema agrário. O
campesinato representava nove décimos da população total. Embora a maioria dos
camponeses fosse livre, somente uma pequena parcela podia manter-se com a
produção da terra e apresentava um padrão de vida relativamente elevado. Os
pequenos proprietários viviam esmagados pelos impostos e eram obrigados a
dedicar-se à produção artesanal, a fim de subsistir. As amplas massas do
campesinato, não possuindo terras, eram desta maneira forçadas a trabalhar nas
propriedades dos grandes senhores, como arrendatários ou foreiros.
Fermentação Revolucionária
A estrutura agrária obsoleta não atendia as
novas exigências de uma população que se expandia com o progresso industrial e mercantil.
Reclamavam-se medidas capazes de aumenta a produção agrícola, que mal chagava
para alimentar a população. Assim, as condições eram propícias a fermentação de
ideias revolucionárias. Enorme era a influência de Voltaire e, principalmente,
de Rousseau, cujo livro Contrato Social era lido e aplaudido em praça pública.
Inspirados nas ideias de Rousseau, os revolucionários passaram a defender o princípio
da soberania popular e da igualdade de direitos. O exemplo da Revolução
Americana 1776 também muito contribuía para exaltar a opinião pública francesa.
Dentro os intelectuais progressistas da época,
além de D'Alembert, Torgo e Diderot, sobressaiu-se o Abade Mably, considerado o
profeta e o conselheiro da revolução, que chegou a preconizar a propriedade coletiva
da terra. Foi, entretanto, Condocet quem conseguiu exprimir com fidelidade as
aspirações revolucionárias da época. Batia-se pela liberdade econômica e chegou
a elaborar o princípio dos direitos do homem. Contudo, a elite intelectual
revolucionária não pretendia aplicar o princípio igualitário até suas últimas consequências.
Os mais radicais defendiam a monarquia republicana. Segundo pensavam, a massa
ignorante não estava preparada para participar do poder. Não obstante, o povo
pobre era atraído para causa revolucionária diante das promessas de igualdade e
fraternidade.
As vésperas da Revolução, agrava-se a crise
econômica. O único meio de estabelecer o equilíbrio seria suprimir os privilégios
e decretar a igualdade de todos diante do "fisco". Mas para isso era necessário
enfrentar a oposição dos nobres, e o governo monárquico não tinha forças para
tanto.
A crise Econômica
Nomeado ministro das Finanças em 1783, Charles
Alexandre de Calonne tentou solucionar a crise por meio de empréstimos
sucessivos. Quando já não pode conseguir empréstimos, pensou em realizar
reformas, a fim de obrigar os privilegiados a pagar impostos. Sabendo que seus
projetos seriam rejeitados pelos Parlamento, apelou para a convocação de uma
assembleia notável, composta de grandes senhores, príncipes, magistrados e
conselheiros de Estado. A assembleia de reuniões em 1787, rejeitou as ideias de
Calonne, logo destruído por Luiz XVI. O novo ministro das Finanças, Loménie de
Brienne, sugeriu aos notáveis as mesmas medidas já propostas por seu
antecessor, mais foi igualmente derrotado. Brienne submeteu então, seu plano ao
Parlamento de Paris, que aprovou algumas reformas, mas derrubou as mais
importantes, como a que instituía o imposto territorial.
Luiz XVI entrou em choque com o Parlamento e
este fez publicar, em maio de 1788, uma decisão que valeu como verdadeira
declaração de direitos da nação. O povo tomou o partido dos parlamentares, e o
soberano acabou por decretar o recesso compulsório para o Parlamento. A crise
se aprofundou e, premido pela gravidade da situação, Luís XVI cedeu,
substituindo Brienne por Necker, homem muito popular, e convocando os Estados
Gerais.
Depois de acessos debates sobre a
proporcionalidade dos representantes das 3 classes nos Estados Gerais, o rei decidiu
atender ao clamor público e concedeu o Terceiro Estado contasse com tantos representantes
quanto as outras duas classes reunidas e que fossem periodicamente convocados
para deliberar sobre despesas e impostos.
Mas a crise econômica continuava agravando-se.
A indústria têxtil era duramente atingida pela concorrência inglesa, o número
de desempregados elevava-se a cerca de 200.000, os camponeses famintos
assaltavam os celeiros e se recusavam a pagar os direitos feudais. Em Paris,
cuja população era de 650.000 habitantes, mais de 120.000 indigentes
perambulavam pelas ruas. Na França os aumentos de impostos trouxeram várias
revoltas, o trigo era o principal ingrediente para se fazer o pão, porém com o
aumento gigantesco do imposto fez com que a população não tivesse acesso ao
pão, muitos morriam de fome por não ter nada para comer, e o inverno rigoroso
que se aproximava fez gerar alguns conflitos, pessoas roubavam padarias,
estabelecimentos para conseguir pão para matar a fome, em média os Franceses
comiam quase 1 kg de pão por dia.
A queda da Bastilha
Nas eleições para os Estados Gerais, os
patriotas obtiveram a maioria. Logo na primeira sessão, os representantes do
Terceiro Estado desentenderam-se com os aristocratas. Depois de negociações infrutíferas,
os primeiros resolveram deliberar sozinhos, na qualidade de representantes de
96% da nação, e declaram-se Assembleia Nacional, soberana em matéria de
impostos. Essa medida praticamente retirava ao rei o poder sobre as finanças e
se constituiu no primeiro ato revolucionário. Luiz XVI hostilizou o Terceiro
Estado, tentando anular suas deliberações, mas antes a sua resistência foi
obrigado a ceder, a partir de então, a Assembleia se declarava Assembleia
Constituinte, destruindo com isso o poder absoluto da monarquia. Instigado pela
rainha e pelos que os cercavam, o soberano preparou-se para reagir e reuniu
tropas em torno de Paris, e Versalhes. Circulavam boatos sobre a dissolução da
Assembleia. O rei recusou-se a dispersar as tropas a pedido dos constituintes e
demitiu Necker. Paris levantou-se em defesa da Assembleia. Camille Desmoulins
incitou o povo a reagir e encabeçou uma passeata de protesto. Organizou-se, a
13 de julho, um comitê permanente que reuniu 12.000 homens, constituído uma milícia
para a defesa de Paris. Era o primeiro núcleo da Guarda Nacional. No dia
seguinte, 14 de julho, a agitação cresceu. O povo tentando se armar pegou maior
número de armas possíveis, onde recolheram canhões e proximamente 28 mil armas de
fogo (pistolas e baionetas). Em seguida, se dirigiu a Bastilha à procura de
mais armas e pólvoras. Depois de algumas horas de luta, a massa
invadiu a fortaleza da Bastilha e massacrou seus defensores. A queda da
Bastilha teve importância decisiva para a Revolução. O povo tomou a Bastilha,
porque ela era o símbolo das injustiças e o poder do antigo regime. O povo
destruiu a Bastilha, desmanchando tijolo por tijolo.
E o rei capitulou. A 15 de julho anunciava aos
deputados a dispersão das tropas, e no dia seguinte chamava Necker a reassumir
o ministério das Finanças. Enquanto os familiares do soberano emigravam, Luís
XVI e Maria Antonieta dirigiam-se a Paris, numa tentativa de pacificar a cidade.
O Soberano sancionou todas as medidas adotadas
pelos revolucionários. Esses acontecimentos repercutiram em toda a França e,
nos Departamentos, constituíram-se novas municipalidades e organizaram-se novas
milícias populares.
Marcha para Versalhes
Após a queda da Bastilha, espalharam-se por
todo o país boatos alarmantes. Falavam numa conspiração dos aristocratas para retomar
o poder e que eles em uma festa ridicularizaram a revolução, e pisaram na
bandeira da revolução.
Com esses boatos os camponeses começaram,
então, a se rebelar, atacando os castelos e recusando-se a pagar os direitos
feudais. A insurreição no campo chamou a atenção da Assembleia Constituinte
para o problema agrário. Reunida no dia 4 de agosto, foi decidido finalmente
suprimir os direitos feudais, os privilégios fiscais e a venalidade dos cargos.
Em 26 de agosto a Assembleia Constituinte votou a Declaração Universal dos
Direitos do Homem e começou a discutir a quando Luiz XVI se recusou a sancionar
os decretos em 4 de agosto, e chamou as tropas de volta a Versalhes.
Versalhes era a cidade onde moravam a monarquia
e nobreza francesa, ficava aproximadamente 20 km de Paris, distante de toda
pobreza e problemas franceses.
A fome contribuía para aumentar o desespero das
massas. Em 5 de outubro, uma multidão cheia de raiva dirigiu-se a Versalhes,
clamando por pão e exigindo do rei a aprovação dos decretos de 4 de agosto. Luís
XVI prometeu providenciar alimento e sancionar os decretos, os revolucionários
acamparam a noite. Mas devido à demora da resposta do rei, no dia seguinte as
massas invadiram o castelo, as mulheres queriam matar Maria Antonieta, mas está
correu para os aposentos do marido, o rei Luís XVI e foi salva, os revolucionários
pressionaram diretamente o soberano, queriam que ele fosse para Paris para
viver próximo de seus súditos, então Luís XVI que prometeu para acalma-las,
instalar-se em Paris, os soldados que defendiam o Castelo de Versalhes foram
mortos e decapitados, a monarquia foi escoltada até Paris, nunca mais voltando
para Versalhes.
A Constituição
No início a revolução, se dividia na Assembleia em duas facções: os aristocratas e os
patriotas. Mas com o desenrolar dos acontecimentos, os dois grupos se
dividiram. Os patriotas em monarquistas, que temendo a ascensão do movimento
popular, desejam fortalecer o poder real, e os constitucionais, que pretendiam
limitar o poder do rei sem aboli-lo; e um pequeno grupo extremado que,
desconfiando de Luiz XVI, procurava restringir ao máximo suas atribuições. A
luta política não se tratava somente na Assembleia. Havia também os clubes dos
Jacobinos, onde se encontravam os deputados patriotas e a elite burguesa
revolucionária. Os debates se tratavam também através dos jornais. Enquanto a
aristocracia se manifestava por intermédio do Petit Gauthier, na extrema
esquerda o jornalista Jean-Paul Marat radicalizava através do jornal L'Ami du
Peuple, em tradução "amigo do povo", Marat queria que aqueles que
fossem contra a revolução pagassem caro.
Passados os momentos de maior agitação, restava
a Assembleia tomar medidas que remediassem a crise financeira e reorganizassem
a vida constitucional do país. Como medida extrema, decidiu lançar mão dos bens
do clero. Emitiu 400.000 em apólices, reembolsáveis em bens eclesiásticos e
determinou que essas apólices, circulassem como moeda sonante. Com a emissão
das apólices, o custo de vida subiu, além do mais, o Estado foi sendo forçado a
emitir mais e mais em 1791, já havia um bilhão de 800 milhões em apólices em
circulação.
A Constituição foi concluída em 1791, e
seguindo o exemplo dos americanos, os constituintes encabeçaram-na com uma
declaração dos direitos do homem, que valia como uma exposição dos princípios filosóficos
da Revolução. Os mais importantes foram: o princípio da soberania do povo e o da
separação dos poderes; e os fundamentais que são igualdade, fraternidade e
liberdade. Sendo maioria na Assembleia, a burguesia ditou os princípios que
nortearam a Constituição, de acordo com os seus interesses de classe, preocupando-se,
ao mesmo tempo, em restringir o poder real e conter as reivindicações das
massas populares. Escolheu o regime representativo: o povo não poderia influir
diretamente no governo. Nem todos podiam votar. Dividindo os cidadãos em duas
categorias: cidadãos ativos e cidadãos passivos; a Constituição outorgou o
direito de voto somente aos primeiros. A base para a distinção entre as duas
categorias era a fortuna. Os deputados deveriam ser escolhidos entre os proprietários
que pagassem contribuição equivalente a 50 dias de salário. Desse modo, os
plenos direitos políticos ficavam reservados aos ricos. O poder Judiciário era
confinado a juízes eleitos e o Poder Executivo a um monarca hereditário. A
Assembleia Legislativa, eleita por dois anos, era indissolúvel, sendo o poder preponderante
no novo regime. Ao soberano cabia sancionar as leis, dirigir a política externa
e usar o veto suspensivo, pelo qual podia recusar-se a sancionar uma lei
durante duas legislaturas sucessivas.
A Constituição estabeleceu a igualdade de
impostos, secularizou o matrimônio, o registro civil e a instrução pública.
Para evitar agitação operária, devida a crise econômica e ao desemprego, a
Assembleia votou uma lei proibindo as associações profissionais. A queda do
antigo regime trouxe poucas vantagens na verdade, para o trabalhador. Nem os
camponeses pobres também foram beneficiados como esperavam.
A Contrarreforma.
Por tudo isso, o novo regime teve de enfrentar
grandes dificuldades. Greves operárias, descontentamentos entre os camponeses,
desentendimentos entre oficiais nobres e soldados patriotas. Os choques das
diversas tendências lançaram os moderados para o lado da aristocracia, contra
aqueles que exigiam medidas mais democráticas. Surgiram, então, sociedades que
defendiam ideias mais avançadas que as dos Jacobinos, como a que ficou conhecida
por Clube dos Cordiliers, de que faziam parte Danton, Santerre, Marat,
Desmoulins e Hebert. Todas as sociedades populares de Paris agruparam-se em
1791 numa federação e apresentaram a Assembleia a reinvindicação do sufrágio
universal. Nessas sociedades propagavam-se os ideais republicanos e discutia-se
a questão agraria. A medida que as massas se iam radicalizando, a grande
burguesia, temendo as ideias avançadas, agrupava-se em um "partido de
conservação social". O governo revolucionário tinha de enfrentar também
batalhas nas fronteiras da França. Áustria e Prússia queriam salvar a família
real francesa do confinamento, pois Maria Antonieta era uma arquiduquesa da
Áustria antes de se casar com Luís XVI. No começo, ambos países como Áustria e
Inglaterra permaneceram neutros por verem na Revolução apenas o enfraquecimento
da França, mas tão logo sentiram a ameaça de propagação dos ideais revolucionários
em seus próprios domínios, passaram a auxiliar abertamente as tentativas de contrarrevolução.
Enquanto os exilados preparavam a guerra contrarrevolucionaria,
Luís XVI e Maria Antonieta tentavam obter auxilio nas outras cortes da Europa.
Entraram em contato com Marques de Boille, que concentrara tropas em Metz. Na
noite de 20 de junho de 1791, a família real se disfarçou de serviçais e
tentaram fugir para Áustria, conseguiram sair com sua família das Tulheiras,
mas durante a viagem próximos a fronteira francesa com a Áustria foram
descobertos e presos em Varrenhes. A Assembleia suspendeu provisoriamente os
poderes do soberano.
Esse incidente foi de grande importância, pois
serviu para estimular as ideias republicanas. O Clube dos Cordeliers solicitou
a Assembleia que proclamasse a Republica, mas esta não acedeu e recusou-se de levar
Luís XVI a julgamento, tentando mesmo inocenta-lo. Os partidários da Republica
promoveram uma manifestação no Campo de Marte e foram dispersados a tiros pela
Guarda Nacional de Lafayette, que de volta dos EUA, se incorporou a correndo
dos moderados. Estes dominaram a situação. Submeteram a Constituição ao
soberano, reforçaram lhe aos poderes e concederam, a seu próprio pedido, a
anistia geral. Em 30 de setembro, a Assembleia Constituinte encerrava seus
trabalhos. E logo em seguida, em 1 de outubro, a Assembleia Legislativa
reuniu-se, dívida entre os Feuillants, que defendiam a monarquia, os
Independentes, que desejavam salvar a Revolução, e os Jacobinos, dispostos a
destruir o rei, se este atentasse contra a Constituição.
A Convenção.
A exaltação cresceu com a divulgação do
Manifesto de Brunswick, chefe dos exércitos austro-prussianos, que exigia
respeito a Luís XVI e ameaçava o povo francês. Robespierre instigou o povo a
exigir da Assembleia a deposição do rei. Com a recusa desta, na noite de 9 de agosto
os insurretos declaram dissolvida a Comuna Legal. Mandat, chefe da Guarda
Nacional, preparou a defesa a defesa das Tulheiras, mas, convocado ao Hotel de
Ville pela Comuna Insurrecional, foi preso e linchado. Senterre o substitui, no
dia seguinte 10 de agosto o povo marchou sobre as Tulheiras e Luiz XVI e sua família
pediram proteção à Assembleia. A luta nas Tulheiras durou mais de duas horas e
terminou com a vitória da insurreto. A assembleia se declarou dissolvida,
delegou ao povo sem distinção o direito de eleger uma convenção e proclamou o
impedimento do rei. O poder executivo passou então a ser exercido por um
conselho provisório, do qual era membro e verdadeiro chegue Danton. As
principais medidas adotadas, a partir de 10 agostos, foram, além da instituição
do sufrágio universal, a extinção efetiva dos direitos feudais e venda dos bens
confiscados aos emigrados. A comuna de Paris passou a dirigir os acontecimentos
e a impor sua vontade ao Legislativo, que, por exigência dela, mandou
aprisionar a família real na Torre do Templo. O conflito entre o Comuna e o
Legislativo se aprofundou. A primeira seguia Robespierre e seus partidários, e
a segunda obedecia às ordens de Brissot e dos Girondinos. A notícia que o
inimigo invadira Lorena e tomara Longwy e Verdun sobressaltou Paris. O povo
decidiu fazer justiça com as próprias mãos, invadiu as prisões e depois de
julgamentos sumários executou os presos considerados traidores. Dois partidos
debatiam-se na Convenção: os Girondinos e os Montanheses. Os principais líderes
da Gironda eram Vergniaud, Brissot, Condorcet e Petion. Robespirre, Danton e
Marat lideravam os Montanhesses.
TERROR
Guilhotina: A guilhotina foi um instrumento
utilizado durante a Revolução Francesa para aplicar a pena de morte por decapitação.
O aparelho é constituído de uma grande armação reta (aproximadamente 4 m de
altura) na qual é suspensa uma lâmina losangular pesada (de cerca de 40 kg).
Foi o médico francês Joseph-Ignace Guillotin
(1738-1814) que sugeriu o uso deste aparelho na aplicação da pena de morte.
Guillotin considerava este método de execução mais humano do que o enforcamento
ou a decapitação com um machado. Na realidade, a agonia do enforcado podia ser
longa: em certas decapitações, o machado não cumpria seu papel ao primeiro
golpe, o que aumentava consideravelmente o sofrimento da vítima. Guillotin
estimava que a instantaneidade da punição era a condição necessária e absoluta
de uma morte decente.
Ficou conhecida como "navalha
nacional".
Na Revolução Francesa, o Período do Terror, ou
simplesmente O Terror, foi um período compreendido entre agosto de 1792 (queda
dos girondinos) e 27 de julho de 1794 (prisão de Maximilien de Robespierre,
ex-líder dos Jacobinos) que foi um precursor da ideia de um Terrorismo de
Estado nos séculos posteriores[1]. Durante esse período as garantias civis
foram suspensas e o governo revolucionário, controlado pela facção da Montanha
dentro do partido jacobino, perseguiu e assassinou seus adversários, cerca de
17.000 pessoas foram guilhotinadas. O Terror durou aproximadamente um ano, de
meados de 1793 a meados de 1794. Até dezembro de 1794, foram mortas mais de
5.000 pessoas na guilhotina.
O que inicialmente era uma perseguição velada
aos girondinos tornou-se uma perseguição geral a todos os "inimigos"
da Revolução, inclusive alguns elementos jacobinos ou que sempre haviam apoiado
a mesma, como Danton. O Comitê de Salvação Pública era o órgão que conduzia a
política do terror; sua figura de maior destaque foi Robespierre.
O grande terror foi o período da revolução cuja
quem tivesse ideias contrarias a revolução poderia ser mandando para a
guilhotina.
Vizinhos contra vizinhos, um suspeitando do
outro.
O terror termina com a morte de Robespierre,
um dos pais da revolução foi morto alvo da própria guilhotina.
O calendário revolucionário
francês ou calendário republicano.
Foi criado pela Convenção Nacional em 1792,
durante o revolucionário para
simbolizar a quebra com a ordem antiga e o início de uma nova era na história
da humanidade. O calendário tinha características marcadamente anticlericais, ou seja contra a igreja, e baseava-se no ciclo da natureza.
O calendário vigente à época na França
era o mesmo que utilizamos hoje em dia, o calendário gregoriano. O calendário gregoriano era uma atualização do calendário
juliano, feita pelo papa Gregório XIII em 1545. Os domingos, por serem dias
destinados às práticas religiosas católicas, e os feriados da Igreja deveriam
ser abolidos. Assim como os meses do ano deveriam ser alterados, pretendendo
uma utilização universal do novo calendário.
A tarefa de criar o novo calendário
ficou a cargo do matemático Gilbert Romme. O novo calendário era também um
calendário solar, dividido em 12 meses. A alteração apresentada por Romme foi
colocar todos os meses com 30 dias, com três semanas de 10 dias cada uma. As
semanas receberam o nome de decâmeros ou décadas. Os dias receberam nomes
distintos, de animais, plantas e minerais e não se repetiam no mesmo ano.
Os cinco dias que sobrariam dentro dos
12 meses seriam transformados em feriados nacionais no final do ano. Seriam os
feriados dos sans-culottes, em homenagem aos membros das classes
populares francesas. Nos anos bissextos, utilizados para adequar a contagem do
tempo do calendário aos movimentos celestes, mais um dia de feriado seria
comemorado.
Os revolucionários franceses
pretenderam também alterar a contagem do tempo durante os dias. Não haveria
mais as 24 horas. O dia seria dividido em 10 horas. Cada hora teria mais cem
unidades e cada uma dessas unidades seriam ainda subdivididas em outras cem
partes. Uma hora do dia do calendário revolucionário representaria 2 horas e 24
minutos do nosso dia. Quanta confusão para os relojoeiros! Em virtude da
dificuldade causada pela alteração da contagem das horas do dia, essa parte da
proposta foi abandonada em 1795.
Robespierre
Corria o ano de 1758 na cidade de Arras, no
interior da França, quando nasceu Robespierre. Sua família fazia parte da
pequena burguesia e nem imaginava que aquela criança seria chamada de “o
incorruptível” e se transformaria num dos principais personagens da revolução
que mudou seu país. Naquela época a França estava mergulhada no Absolutismo e o
rei governava com poder absoluto, apoiado pela nobreza e pelo clero que gozavam
de privilégios. Cresce, porém, no fim do século o descontentamento dos
camponeses e da burguesia, começam os protestos pelo fim dos privilégios e um
clima de revolta se estabelece. Incapaz de encontrar solução para o estado de
calamidade econômica e social, Luiz XVI convoca os Estados Gerais para resolver
a falência das finanças. Ele não sabia ainda que seu fim estava perto. Mas
voltemos a Robespierre. Tendo perdido a mãe muito cedo e depois abandonado
pelo pai, nosso personagem concentra-se nos estudos e logo o veremos em Paris,
cursando Direito graças a uma bolsa de estudos. Já como jovem advogado, retorna
para Arras, onde ganha fama ao defender os pobres contra as arbitrariedades da
justiça e por sua austeridade e dedicação passa a ser chamado de “o
incorruptível”. Bom orador, é eleito deputado em 1789 para representar sua
cidade na Assembleia dos Estados Gerais às vésperas da revolução. Na Assembleia
torna-se líder do partido jacobino, facção política radical e representante dos
interesses da pequena burguesia. A essa altura, a revolução já está instalada,
com o povo tomando o poder e abalando a estrutura estabelecida. Cabeças começam
a rolar. No auge da revolução, os jacobinos, liderados por Robespierre,
implantam um regime de terror. Membros da nobreza e do clero são mortos e até
os Girondinos, facção moderada dos revolucionários, são acusados de não
defender a revolução. Por consequência vários de seus simpatizantes são
guilhotinados.
Robespierre passa a fazer parte do Comitê da
Salvação Pública e personifica a revolução em sua faceta mais feroz na busca
dos ideais de igualdade e liberdade. A ideia era que os inimigos do povo tinham
que ser eliminados a qualquer custo. Mas acabou vítima de seu próprio veneno.
Em julho de 1794, um golpe engendrado pelos Girondinos para reconquistar o
poder acaba com o Comitê e Robespierre e seus companheiros são presos e
decapitados. Iniciava-se uma nova fase na revolução e muitas transformações
começariam a ocorrer com repercussão pelo mundo afora.
Mas os atos desse personagem controvertido
entraram para a história. Ora como o defensor dos oprimidos e advogado
intransigente dos ideais democráticos, ora como um dos primeiros ditadores
sanguinários da era moderna. A verdade é que até hoje as opiniões se dividem.
No entanto, o elevado custo de vida continuava
provocando descontentemente. Desde que entrara para o Comitê de Salvação
Pública, Robespierre tornara-se o verdadeiro chefe do governo. Tinha contra si
duas correntes: os ultrarrevolucionários: hebraístas e os moderados:
dantonistas. Os primeiros exigiam medidas cada vez mais radicais e falavam até
em revolucionar toda a Europa, instituindo a "Republica Universal".
Os segundos, ao contrário condenavam os excessos do Terrosa e desejavam o fim
da ditadura revolucionária. Robespierre decidiu esmagar as duas facções.
Descobrindo uma conspiração dos hebraístas, mandou-os a guilhotina em março de
1794. Pouco depois, os moderadores eram ousados de conspirar. Danton e seus
amigos foram presos e guilhotinados. Apoiado por Saint-Just, Robespierre pôs
em pratica medidas visando dar solida base democrática a Republica: a
redistribuição parcial da propriedade e leis de amparo social.
Temendo, porém, nova conspiração, Robespierre
exigiu a aprovação da chamada Lei Prairial, que acelerou as execuções e deu a
esse período o nome de Grande Terror.
Os inimigos de Robespierre aproveitaram-se das
vitorias em Fleurus, para explorar o descontentamento do povo e da Convenção
contra o excesso de execuções. Robespierre não tomou consciência do risco que
corria, pensando contar com o apoio da Convenção. Na sessão no dia 27 de julho,
seus inimigos acusaram ao mesmo tempo que o impediram de falar. Ao fim da
agitada reunião, a Convenção decretou a sua prisão e a de seus amigos. A Comuna
se rebelou, mas grande parte da Guarda Nacional negou-lhe apoio. Desorientados,
os partidários da Comuna se dispersaram, e a Convenção reuniu as tropas dos
moderados. Mas não houve necessidade de luta. Robespierre e seus colaboradores
foram guilhotinados em 28 de julho de 1794.
Reação Termidoriana.
Iniciou-se, então, a chamada Reação
Termidoriana, liberada pelos moderados. O Tribunal Revolucionário enviou a
guilhotina 16 carros repletos de terroristas. Os Comitês de Salvação da
Republica foram dominados, a Lei Prairial revogada e o Clube dos Jacobinos
fechado. Os Girondinos, que haviam sido proscritos da Assembleia, foram
chamados a reassumir seus postos, enquanto os emigrados voltaram em assa. Por
três vezes as massas populares invadiram a Assembleia, sendo, porém, rechaçadas
pelas tropas fiéis ao governo. A partir de então a repressão tornou-se
violenta. Os extremistas passaram a ser caçados de norte a sul do pais. Era o
Terror Branco, os realistas ainda tentaram voltar ao poder, mas foram
esmagados.
O Diretório.
Não suportando mais a guerra, a Europa reconheceu
a República Francesa. Mas a situação econômica da França continuava caótica.
Antes de desaparecer, a Convenção definiu o novo regime. Tendo sido abolida a
Constituição de 1793, elaborou outra, reacionária, que revogava o sufrágio universal
dividindo os eleitores segundo sua contribuição e impostos. Criou o Diretório,
poder Executivo de cinco membros, sendo um deles substituído anualmente. Os
realistas ensaiaram uma nova reação, mais foram reprimidos por Barras,
auxiliado por Napoleão Bonaparte, jovem general de brigada. Como recompensa a
Convenção nomeou Barras diretor, e a Bonaparte, general da divisão e comandante
do exército interno. E em 26 de outubro de 1795 encerrou seus trabalhos. O Diretório
ainda durou quatro anos, no decorrer dos quais enfrentou a ameaça, ora dos
Jacobinos, ora dos Realistas. Os primeiros agrupavam-se em torno de Bebeuf, que
sonhava com um comunismo integral e fundou a Sociedade dos Iguais. A partir de
então sucedem-se os golpes de Estado. O de 18 do Frutidor em 4 de setembro de
1797m dirigido por 3 membros do Diretório, auxiliados por Bonaparte, contra os
Realistas, em seguida, o golpe de 22 de floreal em 4 de maio de 1798 desferido
contra os Jacobinos.
Enquanto o Diretório se desgastava em lutas
intestinas, Bonaparte fortalecia-se em consequências no exterior, passando a
ser considerado como o único homem capaz de restabelecer a ordem. Teve assim
Bonaparte condições para de fechar o golpe de Estado do 18 do Brumário em 9 de
novembro de 1799, por meio do qual assumiu o poder e inaugurou uma nova era em
que consolidaria definitivamente as conquistas da Revolução.
NASCIMENTO DO CONCEITO DIREITA E ESQUERDA
• Os
Girondinos, republicanos moderados, principalmente da alta burguesia e nobres
liberais, sentavam-se à direita na Assembleia Legislativa. Tinham por objetivos
instituir medidas que controlassem a agitação popular e devolvessem a
estabilidade política e social à França.
• Os
Jacobinos, formado por membros da pequena burguesia, sentavam-se à esquerda na
Assembleia Legislativa e defendiam o ideal de uma sociedade igualitária. Porém,
foi durante o período que estiveram à frente da Revolução que aconteceu a
maioria das execuções. Entre eles destacavam-se Marat, Robespierre e Danton.
O uso político dos termos esquerda e direita é
referenciado na Revolução Francesa, em 1789, quando os liberais girondinos e os
extremistas jacobinos sentaram-se respectivamente à direita e à esquerda no
salão da Assembleia Nacional.
Os direitistas pregavam uma revolução liberal,
a abolição dos privilégios da nobreza e estabeleceram o direito de igualdade
perante a lei. Os esquerdistas também defendiam o fim dos privilégios para
nobreza e clero, mas eram favoráveis a um regime centralizador
Principais personagens da Revolução Francesa
Luís XVI.
Luís XVI (Versalhes, 23 de agosto de 1754 –
Paris, 21 de janeiro de 1793) foi Rei da França e Navarra de 1774 até ser
deposto em 1792 durante a Revolução Francesa, sendo executado no ano seguinte.
Seu pai, Luís, Delfim de França, era o filho e Herdeiro aparente do rei Luís XV
de França. Como resultado da morte de seu pai, em 1765, Luís se tornou o novo
delfim e sucedeu seu avô em 1774.
Nascido em Versalhes, recebeu o título de Duque
de Berry. Após a morte repentina de seu pai Luís Fernando, tornou-se o novo
herdeiro da França em 1765, e coroado rei aos 19 anos. A primeira parte de seu
reinado foi marcada por tentativas de reformar a França, de acordo com os
ideais iluministas.
Era visto como um rei indeciso e tímido, casou
se muito cedo com apenas 15 anos.
Os franceses desejavam que os reis
constituíssem dessedentes, mas o rei Luís XVI não tinha um apetite sexual forte,
sofria com problemas de fimose, e sua dificuldade e demora por fazer dessedentes
fez com que fosse ridicularizado por seus súditos.
Foi julgado pela Convenção Nacional (auto
instituída como um tribunal para a ocasião), considerado culpado de alta
traição e executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793 como um cidadão
francês de sacralizado conhecido como "Cidadão Luís Capeto", um
apelido em referência a Hugo Capeto, o fundador da dinastia capitania – que os
revolucionários interpretavam como o nome de família do rei. Depois de
inicialmente considerado tanto um traidor como um mártir, historiadores franceses
têm adotado uma visão geral diferente de sua personalidade e papel como rei,
descrevendo-o como um homem honesto impulsionado por boas intenções, mas que
não estava à altura da tarefa hercúlea que teria sido uma profunda reforma da
monarquia. Foi o único rei da França na história a ser executado, e sua morte
pôs fim a mais de mil anos de monarquia francesa contínua.
Maria Antonieta.
Maria Antonieta, foi uma arquiduquesa da
Áustria e mais tarde se tornou rainha consorte da França e Navarra. Casou se com
14 anos com Luís XVI, era uma tentativa de reconciliação de paz entre o Reino
Frances e do Reino Austríaco.
Ela era detestada pela corte francesa, onde era
chamada L'Autre-chienne (uma paronomásia em francês das palavras autrichienne,
que significa "mulher austríaca" e autre-chienne, que significa
"outra cadela"), Maria Antonieta também ganhou gradualmente a
antipatia do povo, que a acusava de perdulária e promíscua e de influenciar o
marido a favor dos interesses austríacos.
Sua beleza causava inveja as outras mulheres.
Depois da fuga de Varennes, Luís XVI foi
deposto e a monarquia abolida em 21 de setembro de 1792; a família real foi
posteriormente presa na Torre do Templo. Nove meses após a execução de seu
marido, Maria Antonieta foi julgada, condenada por traição, e guilhotinada em
16 de outubro de 1793.
Após sua morte, Maria Antonieta tornou-se parte
da cultura popular e uma figura histórica importante, sendo o assunto de vários
livros, filmes e outras mídias. Alguns acadêmicos e estudiosos acreditam que
ela tenha tido um comportamento frívolo e superficial, atribuindo-lhe o início
da Revolução Francesa; no entanto, outros historiadores alegam que ela foi
retratada injustamente e que as opiniões a seu respeito deveriam ser mais
simpáticas, em seu julgamento foi acusada de incesto com um dos seus filhos,
porém ela se defendeu e apelou para as mulheres presentes que nunca tinha feito
tais coisas, pois o amor era de mãe e filho, e isso era uma grande mentira; na
hora os que estavam presente se comoveram, porém mesmo assim ela foi
guilhotinada.
Jean-Paul Marat
Jean-Paul Marat (1743-1793) foi um médico,
filósofo, teórico político e cientista mais conhecido como jornalista radical e
político da Revolução Francesa. Seu trabalho era conhecido e respeitado. Sua
persistente perseguição, habilidade de orador e seu incomum poder preditivo
levaram ele à confiança do povo e fizeram dele a principal ponte entre eles e o
grupo radical jacobino.
Marat tinha problemas de saúde, e por esse
motivo tomava banhos medicinais em sua banheira, onde trabalhava ao mesmo tempo
escrevendo artigos para o jornal L'Ami du Peuple. Morreu apunhalado no coração
com uma lâmina enquanto estava dentro de sua banheira por uma camponesa que o
considerava responsável por todas aquelas mortes.
Georges Danton
Georges Jacques Danton (1759-1794) foi um
advogado e político francês que se tornou figura destacada nos estágios
iniciais da Revolução Francesa. Tornou-se membro da “Sociedade dos Amigos da
Constituição”, que deu origem ao Partido Jacobino, organização política radical
representante dos anseios das camadas populares. Integrou a Convenção Nacional
e depois chefiou o Comitê de Salvação Pública. Morreu guilhotinado no período
do Terror, acusado de conspiração.
Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte (1769-1821) foi dirigente
efetivo da França a partir de 1799. O governo do Diretório foi derrubado na
França sob o comando de Napoleão Bonaparte, que, junto com os girondinos,
instituiu o consulado, primeira fase de seu governo. Este golpe ficou conhecido
como Golpe de 18 Brumário (data que corresponde ao calendário estabelecido pela
Revolução Francesa e equivale a 9 de novembro do calendário gregoriano) em
1799.
FONTE:
Revolução Francesa, Projeto Cultural 2000, página 220, edição única, ano
1999.
Documentário Revolução Francesa History Chanel.
<https://www.youtube.com/watch?v=tHkcp0f2kwc> acesso em 13 de nov.2016.
Deixe um Comentário