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O limite do ser, humano.


No momento em que você nasce, você começa a morrer. Cada aniversário é uma celebração de quantos anos você ainda tem de vida. Cada aniversário é um ano mais próximo da morte. E a morte? A morte é o fim da vida (em termos científicos: é o fim da atividade cerebral). "A morte é necessária para trazer o novo", é o que dizem alguns estudiosos. Mas se há árvores e animais que vivem praticamente eternamente, isso significa que por eles serem "velhos", eles "não prestam"? Há, por exemplo, uma árvore que está "viva" há mais de 2.000 anos. Lagostas vivem anos sem envelhecer. Algumas espécies de tartarugas vivem centenas de anos. E o ser humano tem uma expectativa de vida mutável: em decorrências das drogas/medicamentos e do avançado da tecnologia, a expectativa de vida aumentou de 30 anos (nível pré-histórico) até 80 anos (dias de hoje). A tabela abaixo mostra um resumo de 60 anos de melhoria na expectativa de vida e uma previsão para 2020.


Agora imagine que a morte fosse algo opcional. Que a imortalidade realmente existisse. Em uma conversa com alguns membros da Lacking Faces, um deles disse o seguinte: "a imortalidade é impossível como ser humano". Creio que estou começando a pegar as artimanhas de advogado, pois a primeira coisa que me veio a cabeça foi: "impossível como ser humano".

O que é um ser humano? Para complementar este artigo, resolvi pesquisar o significado de humano em antropologia e no conceito popular.

Humano é uma palavra com origem no latim humanus e designa o que é relativo ao Homem como espécie. O ser humano distingue-se dos outros animais por agir com racionalidade. Possui grande capacidade mental e habilidade para desenvolver utensílios e adquirir conhecimento.

— Fonte: Significados (Conceito Popular)

“A questão de saber se um ser pertence a determinada espécie pode ser cientificamente determinada por meio de um estudo da natureza dos cromossomas das células dos organismos vivos. Neste sentido, não há dúvida que, desde os primeiros momentos da sua existência, um embrião concebido a partir de esperma e óvulo humanos é um ser humano; e o mesmo é verdade do ser humano com a mais profunda e irreparável deficiência mental — até mesmo de um bebé anencefálico (literalmente sem cérebro)” (SINGER, 2000).

Singer prossegue sua justificação propondo outra definição do termo humano, atribuída a Joseph Fletcher. Conforme Singer (2000), Fletcher compilou uma lista daquilo a que chamou indicadores de humanidade, em que incluiu o seguinte:

  1. Autoconsciência
  2. Autodomínio
  3. Sentido do futuro
  4. Sentido do passado
  5. Capacidade de se relacionar com outros
  6. Preocupação pelos outros
  7. Comunicação
  8. Curiosidade

Dos indicadores apontados, destaca Singer que os elementos mais importantes seriam a racionalidade e a autoconsciência, conforme se extrai do conceito de Locke (Singer, 2000). E é nesta acepção que afirma deva ser compreendido o conceito de pessoa.

— Fonte: Âmbito Jurídico (Conceito Jurídico, Antropologia Jurídica)

Eu até pensei em colocar também o conceito filosófico de ser humano neste tópico, no entanto, o texto ficaria longo e cansativo. Creio que o melhor momento para conversarmos sobre o conceito filosófico e sociológico de um ser humano, seria em um debate.

A questão é: se usarmos o conceito da antropologia jurídica como base para este texto, um ser humano não precisa ser necessariamente um ser composto de carne e de osso. Entro em detalhes agora...

Iniciei este tópico para dar uma introdução para uma série de artigos que pretendo escrever sobre Transhumanismo. Para alguns, o transhumanismo é quase utópico. Para outros, já é uma realidade. O transhumanismo é a evolução do ser humano. É um conceito em que se aumenta a expectativa de vida, sem comprometer a saúde (vive-se mais nos dias de hoje, mas com mais doença, mais problemas, remédio, etc) e tem em seu objetivo principal: a melhoria da qualidade de vida. E como objetivo secundário: a extinção da morte. O aumento da expectativa de vida para séculos, milênios.

Escrever sobre transhumanismo em um tópico só seria cansativo, seria longo e seria bem complexo. O transhumanismo é um conceito filosófico e científico. E como tudo que é tecnológico, mas que envolve filosofia e ciência, há uma concepção de que o transhumanismo faz parte de algo da "Nova Ordem Mundial" ou então de alguma teoria de conspiração. Se faz, é provável que eu seja membro de tal teoria da conspiração e não saiba!

Por ter nascido com uma péssima genética (de um lado Alzheimer e câncer, de outro câncer e demência, além de uma série de problemas hereditários) eu digo que o corpo humano é falho e fraco. Um dos meus objetivos é a substituição de todos os órgãos do corpo por alternativas tecnológicas melhores. É óbvio que nos dias de hoje, isso ainda é impossível. Não há braços robóticos melhores do que os nossos, não há olhos, corações, pulmões, melhores que o "nativo". Mas isso é uma questão de tempo.

No próximo artigo, vou falar um pouco mais sobre o transhumanismo, sua origem e dar exemplo de alguns projetos que já são aplicados.

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